sábado, 11 de maio de 2024

SOS Enchentes Rio Grande do Sul

Olá,

A família da minha amiga, Juliana Gomes, é uma das tantas vítimas das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul. Eu estive presente no momento em que as águas começaram a subir e sou testemunha visual do caos em que a cidade de Canoas está.

Para tentar amenizar as perdas e buscar um recomeço em suas vidas ela criou uma campanha no “Vakinha” para doações.

Em suas palavras:

“Olá, me chamo Juliana Gomes, somos moradores do bairro São Luis, na cidade de Canoas, um dos locais que foi devastado pela enchente. Estamos precisando reconstruir a casa de meus pais, um casal de idosos, sendo um deles acamado com dificuldades de locomoção. A água atingiu a casa deles, causando 100% de perdas. Água já baixou e estamos limpando e organizando para que eles consigam retornar ao seu lar. Certa da colaboração, desde já agradecemos a ajuda!”.

Acredito que não haja, neste momento, ninguém alheio ao sofrimento dos nossos irmãos gaúchos.

Agradeço de coração a todos os meus alunos, amigos, colegas e familiares que puderem, dentro de suas possibilidades, fazer alguma doação.

Existe mínimo para doar? Depende do meio utilizado para a doação:

No site (https://www.vakinha.com.br/4778256) por PIX, cartão de crédito ou boleto = mínimo de R$ 25,00.

Chave PIX personalizada (4778256@vakinha.com.br) = sem mínimo.

At.te
Denis Andretta
(51) 92002-9638

sábado, 4 de maio de 2024

Será que você realmente pratica Muay Thai?

Hoje, praticamente não há lugar no mundo inteiro em que o nome Muay Thai[1] não seja conhecido. Apesar disso, e contraditoriamente, são raros os que realmente conhecem, praticam e ensinam esta arte marcial.

Afirmamos isso por que atualmente é enorme a confusão e as misturas que encontramos por aí. A “marca” Muay Thai vende muito bem e não demorou muito para que os comerciantes das artes marciais se dessem conta disso. Esse não é um fenômeno moderno, coisas deste tipo sempre existiram e sempre existirão... porém, nunca se fizeram tão presentes como em nossos dias. Não sabemos como isso funciona em outros países, mas em nível de Brasil é uma verdadeira vergonha.

“Milhares” de associações, federações, ligas, etc... todas defendendo que são possuidoras da melhor mercadoria (o Muay Thai... no caso). Contudo, a realidade é outra... são pouquíssimos os que realmente conhecem, treinam e ensinam o Boxe Tailandês.

Outro fenômeno moderno é a fusão (ou seria confusão) do Muay Thai com o tão midiático MMA (Mix Martial Arts, ou seja, Artes Marciais Misturadas).

Da mesma forma, muitas associações de Kickboxing dizem treinar, divulgar, ensinar o Muay Thai sob a alegação de que a arte é a mesma, variando apenas as regras válidas no ringue (será mesmo?!).

Enfim, um sem fim de informações distorcidas e erradas... um festival de distribuição de diplomas, uma festa de certificados de “faixas pretas” de Muay Thai (isso existe?!)... Enfim, uma verdadeira confusão.

Não temos nada contra nenhuma modalidade, seja ela uma arte marcial ou um esporte de combate, mas Muay Thai é Muay Thai... Full Contact é Full Contact... Kickboxing é Kickboxing... Karate é Karate… Taekwondo é Taekwondo... simples assim!

A aquisição de uma faixa preta em uma determinada arte não torna ninguém apto a lecionar esta arte e muito menos apto para lecionar outra. Porém, infelizmente, é isso que temos visto todos os dias. O indivíduo possui uma faixa preta em Full Contact, em Kickboxing, em Karate, em Taekwondo, etc... coloca um calção, uma par de tornozeleiras, passa dar joelhadas, cotoveladas e pronto... temos mais um professor de Muay Thai! Obviamente certificado e reconhecido, perante o pagamento de uma taxa “simbólica”, por alguma “entidade oficial” de Muay Thai (e acreditem... são muitas!).

Querem ensinar Muay Thai? Treinem e aprendam Muay Thai! Procurem alguém que seja realmente conhecedor desta arte. Aqui no estado há pessoas com formação correta que possuem esta capacidade e podem com certeza ajudar os que estão realmente interessados em aprender o Boxe Tailandês. Porém, tenham muito cuidado, pois também há os outros... aqueles que querem apenas enganar (ensinando não sabemos muito bem o que?!) e arrecadar.

Como discernir? Logo, logo... estaremos postando uma matéria com o título “Diferenças entre Kickboxing e Muay Thai” onde daremos algumas dicas bem úteis de como reconhecer quem faz um trabalho sério e quem são os outros...

Lakon,
Khru Andretta.

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Nota:

[1] Muay Thai [มวยไทย] (múái-tái): Boxe Tailandês.

Como montar uma dieta para ganhar massa muscular: O cálculo.

https://coisasdeatleta.wordpress.com/
(É possível) determinar seu consumo total de calorias ao longo do dia com base nas proteínas, carboidratos e gorduras [...].

(É necessário calcular) sua “Taxa Metabólica Basal” (TMB), (entender) sua “Frequência de Atividades” e assim o “Total de Calorias” a ser consumido diariamente [...]:
  • HOMEM: TMB = 66 + ( 13,7 * [peso em Kg] ) + ( 5 * [altura em cm] ) – ( 6,8 * [idade em anos]) [...].
  • MULHER: TMB = 655 + ( 9,6 * [peso em Kg] ) + ( 1,7 * [altura em cm] ) – ( 4,7 * [idade em anos]) [...].
Com a Taxa Metabólica Basal calculada, devemos multiplicá-la pela Frequência de Atividade Diária [...]:
  • Sedentário: Pouco ou nenhum exercício – Multiplicar por 1,2
  • Levemente Ativo: Exercício leve – de 1 a 3 dias por semana – Multiplicar por 1,375
  • Moderadamente Ativo: Exercício moderado – de 3 a 5 dias por semana – Multiplicar por 1,55
  • Bastante Ativo: Exercício pesado – de 6 a 7 dias por semana – Multiplicar por 1,725
  • Muito Ativo: Exercícios pesados diários ou treinos 2x ao dia – Multiplicar por 1,9 [...]
Com o resultado final do item 1, adiciona-se de 500 a 1.000 calorias, porém isso deve ser calculado conforme a genética de cada um [...].

Diariamente em uma dieta para ganho de massa magra deve-se consumir uma quantidade intensa de proteínas, em média calcula-se de 2g a 3g por quilo de peso do individuo [...].

Usando o valor dos itens 1 e 2 somados distribua entre as 6 e 7 refeições diárias. [...] Assim como as calorias, o valor calculado no item 3 deve ser distribuídos entre as refeições diárias. [...] A maior parte das calorias deve estar localizada no desjejum, no pré-treino e no pós-treino. E a menor parte na ceia [...].

Com o volume total de calorias por refeição calculado, é hora de se definir que alimentos colocar, lembrando sempre em adicionar o total de proteínas do item 4. [...] Consuma o mínimo de carboidratos na ceia e evite gorduras nos desjejuns, refeições pré-treino e pós-treino [...].

Refeição 1 – Desjejum: Carboidrato: médio índice glicêmico / alto índice glicêmico (pode ser suplementos como Maltodextrina/Dextrose); Proteína: média absorção / rápida absorção (pode ser suplementos, de preferência Whey Protein); Gordura: evitar;

Refeição 2 – Lanche: Carboidrato: baixo índice glicêmico; Proteína: média absorção / lenta absorção; Gordura: gorduras insaturadas;

Refeição 3 – Pré-treino (de 60 a 90 minutos antes do treino): Carboidrato: baixo índice glicêmico; Proteína: média absorção; Gordura: evitar;

Refeição 4 – Pós-treino líquido (suplementos) (logo após o treino): Carboidrato: alto índice glicêmico (Maltodextrina ou Dextrose); Proteína: rápida absorção (Whey Protein) outros aminoácidos (BCAA/Creatina/Glutamina); Gordura: evitar;

Refeição 5 – Pós-treino (Refeição sólida) (de 30 a 90 minutos depois da Refeição 4): Carboidrato: médio índice glicêmico / alto índice glicêmico; Proteína: média absorção; Gordura: evitar;

Refeição 6 – Lanche: Carboidrato: baixo índice glicêmico; Proteína: média absorção / lenta absorção; Gordura: gorduras insaturadas;

Refeição 7 – Ceia (60 minutos ou menos antes de ir dormir): Carboidrato: baixíssimo índice glicêmico, Proteína: lenta absorção; Gorduras “boas” como: abacate, azeite extra virgem, castanhas, nozes.

Acompanhe sua evolução de peso e musculatura, pense nesta dieta como algo cíclico e permanente. Entenda que a cada mês seu peso será alterado, portanto refaça estes cálculos todos com os novos números, e seu desempenho sempre apresentará melhoras [...].

[...] Todo esforço tem sua válvula de escape, e o “dia do lixo” é o momento de sair da dieta e consumir aquilo que não pôde durante toda a semana. Deixar de comer aquele doce, ou aquela bebida que você adora, pode ser em alguns casos algo ruim para seu corpo e principalmente ao seu psicológico, portanto, tenha foco e perseverança na dieta durante a semana e defina 1 dia de seu final de semana para comemorar [...].

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Referências:

MESTRE, Equipe Treino. Como montar uma dieta para ganhar massa muscular – 1° Parte – O Cálculo. Disponivel em: <https://treinomestre.com.br/como-montar-uma-dieta-para-ganhar-massa-muscular-1-parte-o-calculo/>. Acesso em: 7 de abril de 2020.

A filosofia do Budō

Hoje reproduziremos na íntegra um artigo escrito pelos Hanshi Ōgata Taketora e Hamada Teshin que foi gentilmente traduzido pelo Sr. Joséverson Goulart e que trata da filosofia da Dai Nippon Butoku-kai (Associação das Virtudes Marciais do Grande Japão).

"É dito há muito tempo que a pena e a espada são como as duas rodas de uma carroça e as duas asas de um pássaro. Consequentemente, elas pertencem a um único conceito de virtude universal e são naturalmente inseparáveis. É desnecessário dizer que são a base perene da educação moral. 

Nakae Toju, um estudioso do Confucionismo do começo do século XVII no Japão, afirmou nos seus tratados que a "pena" são os meios através dos quais as pessoas governam-se a si mesmas de forma pacífica e através dos quais as pessoas cultivam e nutrem as cinco principais virtudes: benevolência, dever, lealdade, piedade filial e amor. A "espada", por outro lado, são os meios através dos quais as pessoas defendem e restauram tais virtudes quando julgarem que isso é inevitável. Portanto, a "espada" são também os meios necessários para manter uma sociedade pacífica. 

O caractere Chinês Bu [武], cujo significado é "Marcial", é composto por dois sub-caracteres: 止 e 戈 os quais significam "parar as lanças" ou "parar a violência ou beligerância agressiva". As "Virtudes Marciais" (Butoku [武徳]) enfatizam um axioma fundamental ao atingir os nobres objetivos de uma sociedade pacífica e harmoniosa. Desta forma, "a pena e a espada" são fundamentalmente os mesmos ideais filosóficos que estão em dependência direta um do outro. 

É inegável que vemos na história humana o abandono da "pena" e a má utilização e exploração da "espada". Contudo, também é verdadeiro que não podemos controlar ou gerir a nossa casa a não ser que a "pena e a espada" tornem-se a verdadeira base das virtudes de uma entidade indivisível. 

As origens de cada nação estão profundamente enraizadas na história. Hoje damos valor e empenhamo-nos em manter ideais sociais tais como liberdade, paz, fraternidade e justiça social, ideais que as nações democráticas modernas tentam atingir. 

Manter "a pena e a espada" como uma virtude inseparável para a criação de uma grande sociedade pacífica é indispensável e vital para as gerações futuras. 

Esperamos que as pessoas que seguem o Budō desenvolvam e cultivem os seus próprios caracteres e contribuam de forma decisiva para a educação moral das suas nações. Com isso a essência do Butoku, significando "virtudes" contribua para o desenvolvimento harmonioso "da pena e da espada", a chama da excelência, espírito de boa-vontade e paz duradoura para todo o mundo." 

Osu!
Denis Andretta.

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Referências:

TAKETORA, Ōgata; TESHIN, Hamada. A filosofia da Dai Nippon Butoku-kai. Disponível em: <http://groups.google.com/group/andretta-no-kenkyushitsu/>. Acesso em: 9 de Abril de 2009.

Tradução: Joséverson Goulart.

O que é o Iaidō?

O Iaidō é, atualmente, uma disciplina marcial pouco conhecida em nossa sociedade, devido o fato de existir poucos praticantes e escassos professores ou mestres. Isto faz com que inclusive os Budō-ka veteranos em outras artes marciais ao assistir a prática do Iaidō, não acertem em situar esta especialidade no lugar que lhe corresponde.

[...] O Iaidō, como todas as artes marciais, nos leva ao terreno da prática em que se exige a presença e colaboração intima do corpo da (técnica) e do espírito (Shingitai), e desta realidade tangível, o adepto inicia um trabalho de aperfeiçoamento sobre si mesmo.

O treinamento de Iaidō, além de se constituir em um exercício físico que desenvolve sobre tudo a agilidade e a coordenação de movimentos, nos revelará um incontável número de dados acerca de nossas limitações e possibilidades, bem como exercitar a capacidade de concentração, de alerta, de disponibilidade e de adaptação instantânea ao imediato e imprevistos.

[...] O Iaidō é um excelente complemento para o Jūdō-ka, Karate-ka, Aikidō-ka, (Kobudō-ka), etc... como um regresso as fontes que impregnaram suas atitudes na essência, o espírito e a estética do Budō.

O Iaidō é uma arte marcial que se pratica sozinho (individualmente), através dos kata (exercícios formais), cada um deles representa uma forma de reagir frente a uma situação ou tipo de ataque diferente.
  • Iai [居合] "unidade do ser";
  • Dō [道] "via" ou "caminho".
Literalmente, Iaidō quer dizer "via ou caminho para a unidade do ser".

O Iaidō é a arte de permanecer em harmonia consigo mesmo, de estar atento e disposto para responder em qualquer situação ou momento, seja qual for a forma de ataque do inimigo.

[...] A primeira impressão que se produz no ocidental que contempla a realização de um kata (ou um treinamento) de Iaidō é a de estar presenciando uma prática ou arte anacrônica, primitiva e irreal para nosso tempo [...].

Poderia se dizer que existe uma parte de razão aqueles que assim julgam se fazem unicamente do ponto de vista da impossível ou duvidosa aplicação prática destas técnicas de combate com uma espada japonesa na vida cotidiana.

Certamente, hoje não podemos resolver nenhum problema de nossas vidas com ajuda de uma espada por maior que seja nossa habilidade em seu manejo, porém os benefícios do Iaidō vão muito além de proporcionar destreza corporal se considerarmos o valor universal e permanente de seus objetivos.

A arte do Iaidō esta baseada em antecipar-se na própria defesa repelindo uma agressão, e isso não é possível sem a estreita colaboração corpo-técnica-espírito (Shin-Gi-Tai). Todos os gestos e movimentos de cada situação de Iaidō estão destinados e exercitar e desenvolver a concentração no “aqui e agora”, o controle do corpo, da mente e do espírito, trabalho conjunto que torna capaz a disponibilidade, a adaptação imediata diante dos imprevistos, conservando a serenidade que permite fazer um juízo rápido de cada momento ou circunstância.

O objetivo do Iaidō é [...] comportar-se com o máximo respeito e cortesia em todas as circunstâncias.

[...] As ações de Iaidō alcançam sua máxima eficácia quando são frutos da intuição e se ajustam ao sentido da distância e o momento oportuno.

A postura corporal (Tai) deve manifestar o aperfeiçoamento da técnica (Gi), mostrando equilíbrio, estabilidade, potência, agilidade, etc... através de todos os gestos e movimentos com um tono muscular nem contraído nem relaxado.

A presença do espírito (Shin) está manifestada através de uma atitude serena ou calma e do autocontrole emocional, que se revela pela expressão dos olhos e o tom da voz.

[...] Como é fácil deduzir por tudo que foi exposto, o Iaidō se constitui numa prática excelente e idônea para melhorar a estética e do domínio dos gestos mediante a ação sóbria e eficaz onde se aprende a passar de um estado de calma absoluta a uma ação ou movimento fulgurante, livre de toda emoção, desejo, temor, etc...

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Referências:

MACHADO, Javier Alejandro Fernando. Qué es el Iaido? Disponível em: <www.machadobudokaiarg.galeon.com/>. Acesso em: Abril de 2006.

MACHADO, Javier Alejandro Fernando. Iaidô, el arte de desenvainar cortando. Buenos Aires, República da Argentina, Agosto de 2005.

Falando sobre o Shitōryū

Contar a história do estilo Shitōryū querendo posicionar uma data específica de sua criação não é uma tarefa fácil, diríamos que nem sabemos se isto é possível. Por quê? Porque o estilo não foi fundado em uma data e de uma única vez, mas sim foi o resultado de anos contínuos de treinamento e pesquisas feitas por Kenwa Mabuni.

Contudo, atualmente, temos algumas informações circulando pela Internet e alguns livros escritos pelo fundador do estilo e outros autores que pode nos dar alguma noção de como este processo aconteceu.

Sabe-se, por exemplo, que o método que resultou no estilo Shitōryū foi desenvolvido já em terras nipônicas, pois consoante as fontes disponíveis, Kenwa Mabuni não possuía um estilo próprio definido antes de chegar às ilhas principais do Japão.

Em 1929, já em Ōsaka, ainda ensinava Tōde (antigo nome do Karatedō), conforme havia aprendido com Ankō Itosu, Kanryō Higaonna, Seishō Aragaki, etc...

Em 1931, dois anos depois de ter se mudado com sua família para Ōsaka, seus alunos referiam-se a seus ensinamentos como Mabuni-ryū, ou seja, “estilo de Mabuni”, mas isso era algo informal e não há nenhuma fonte que esclareça o que o mestre ensinava neste período.

Consta que, por volta de 1933, Kenwa Mabuni teria iniciado uma espécie de fusão dos ensinamentos do Tōde aprendido com Ankō Itosu, Kanryō Higaonna, Seishō Aragaki, etc.

Porém, aqui surge um elemento importante que irá definir algumas características do estilo: o fato de Kenwa Mabuni agregar conhecimentos de outras figuras importantes dentro do Tōde da época.

Fica claro que neste período a aprendizagem e posterior ensino feito por Kenwa Mabuni já abarcava uma gama maior de conhecimentos do que “simplesmente” o Tōde de Ankō Itosu, Kanryō Higaonna e Seishō Aragaki iniciais, é justamente a combinação de todos estes elementos que viria a resultar no que conhecemos hoje como Shitōryū.

Não nos parece que Kenwa Mabuni, ou qualquer outro fundador de estilo, tivesse uma preocupação com o fato de criar algo próprio, mas sim que tinham como ocupação a preservação do Tōde. 

Por volta deste período, começam muitas mudanças na arte. O precursor destas mudanças foi Gichin Funakoshi. Entre as mudanças estava a troca do nome da arte de Tōde para Karate, o acréscimo do Kanji Dō ao nome da arte, a implementação de um uniforme (Karatedōgi) e a aquisição de um sistema de graduação. Todas estas alterações foram exigências da Dai Nippon Butoku-kai (Associação das Virtudes Marciais do Grande Japão) que passaram a vigorar no Japão em Dezembro de 1933, mas somente foram aceitas em Okinawa em 1936.

Quando o assunto é nome de estilos há registros que em 1938, novamente pressionados pela Dai Nippon Butoku-kai, organização fundada em 1885 para administrar as artes marciais japonesas, os mestres tiveram que nomear seus sistemas a fim de obter reconhecimento oficial por parte desta instituição, que representava o Ministério da Educação Japonês.

Segundo relatos e registros de seus discípulos antigos, Kenwa Mabuni teria colocado inicialmente o nome Hankōryū (“estilo metade duro”), dando ao estilo uma conotação semelhante ao Gōjūryū, para descrever seu sistema de ensino, mas não tardou a modificar o nome para Shitōryū, descrição que melhor refletia o profundo respeito que sentia por seus dois principais mestres: Ankō Itosu e Kanryō Higaonna.

O que tem o nome Shitōryū a ver com Ankō Itosu e Kanryō Higaonna? Tudo!

Kenwa Mabuni utilizou os dois primeiros Kanji que compõem os nomes de cada um de seus mestres para formular o nome do estilo.

Alguém pode perguntar: “Ah, mas tem algo errado aí! O nome do estilo não deveria ser “Ito-Higa-ryū” então?”

É aqui que nosso desconhecimento sobre Nihongo (Língua Japonesa) gera problemas e informações equivocadas.

Sabemos que não é de conhecimento geral, mas em japonês (Nihongo) existem três formas de leitura dos diversos Kanji, são elas: On’yomi, Kun’yomi e Nanori.

As regras de escrita japonesa são:
“Palavras compostas por dois ou mais ideogramas deve-se utilizar a forma On’yomi de leitura e palavras utilizando ideogramas isolados, devem usar a forma Kun’yomi de leitura. Nanori é utilizada apenas para nomes de pessoas”.
Quando usamos a forma de leitura On’yomi o Kanj ITO [糸] do nome de ITOSU [糸洲] é lido SHI [糸], e o ideograma HIGA(SHI) [東] do nome de HIGAONNA [東恩納] é lido TŌ [東].

A palavra Ryū significa “corrente, fluxo, estilo”. Portanto, embora não tenha um significado literal, Shitōryū é normalmente traduzido como “Estilo de Itosu e Higaonna”.

Falando de uma forma simples e resumida, o estilo Shitōryū é basicamente uma combinação das características “duro-linear” do Tōde de Shuri ensinado por Ankō Itosu com a peculiar forma “suave-circular” do Tōde de Naha lecionado por Kanryō Higaonna.

No entanto, tenha cuidado! Embora o Shitōryū esteja fundamento nos ensinamentos de Ankō Itosu e Kanryō Higaonna o estilo é uma verdadeira síntese dos ensinamentos de todos os mestres com os quais Kenwa Mabuni teve contato. O Shitōryū é o sistema de Karatedō mais extenso que existe (diz-se que a ideia de Kenwa Mabuni era reunir toda informação disponível sobre o Karatedō praticado em sua época em busca de uma utópica unificação).

O estilo de Kenwa Mabuni se distingue dos demais pelo grande número de Kata (abarca praticamente todas as formas ensinadas/praticadas em Okinawa), pela suavidade e versatilidade das técnicas (Kenwa Mabuni dizia que as técnicas deveriam ser bonitas, fluídas e ter funcionalidade, ou seja, criou seu sistema baseado na tríade Yō-Ryū-Bi). Técnicas de solo (Ne-waza) e de Kobudō também fazem parte da instrução do estilo.

Um fato interessante é que Kenwa Mabuni não fez unicamente mesclar as vertentes, seu mérito maior foi a organização do treinamento de uma forma racional e “cientifica”. Para isso, criou programas de ensino e metodologias diferenciadas, distintas das que estavam em vigência no período. Ordenou técnicas, criou exercícios separando-os por módulos de trabalho, idealizou alguns Kata (formas) intermediários, com o objetivo de conectar os Kata básicos aos Kata avançados, sempre com o cuidado de preservar suas características de origem.

Segundo registros, Kenwa Mabuni teria transmitido a seus discípulos 12 Kihon-kata, 5 Pin'an-kata e 44 Kaishu-kata. Entre estas formas estavam todos os Kata ensinados por Ankō Itosu e Kanryō Higaonna, algumas ensinadas por Seishō Aragaki e outros mestres de Okinawa. Além disso, incorporou ao estilo alguns Kata ensinados por Gogenki (Wú-xián-guì) e as formas que ele próprio idealizou.

Atualmente, existem muitas linhagens e escolas criadas e ou inspiradas no estilo Shitōryū por todo o mundo... muito foi acrescido ao estilo, por discípulos diretos do fundador, ou mesmo por discípulos de seus pupilos, podendo ser encontrados sistemas que contam com o inacreditável número de 80 Kata em seus currículos de ensino. Não obstante, independentemente da linhagem e da quantidade de Kata praticados nas mesmas, a maioria delas mostram uma plasticidade muito grande e características muito semelhantes.

Kenwa Mabuni era um mestre respeitadíssimo dentro do Karatedō, principalmente quando o assunto era Kata, afirma-se que se dedicou a preservar, em forma e essência, as técnicas dos Kata tradicionais, sempre as repassando exatamente como havia aprendido com seus mestres. Além disso, comenta-se que compreendia cada uma das técnicas que estavam contidas nos diversos Kata.

Suas conexões em Okinawa, e posteriormente no Japão, com mestres de grande reconhecimento, tais como: Jigorō Kanō, Gichin Funakoshi, Chōjun Miyagi, Hironori Ōtsuka, Chōki Motobu, Yasuhiro Kōnishi, entre outros... fez com que o Shitōryū se estabelecesse relativamente rápido em terras nipônicas e que viesse a se tornar um dos quatros principais estilos de Karatedō originados em Okinawa, porém padronizados e desenvolvidos no Japão, alcançando o mesmo patamar de outros três importantíssimos estilos: Gōjūry, Shōtōkan e Wadōryū.

Em Março de 1939, Kenwa Mabuni registrou o Shitōryū na Dai Nippon Butokukai e em Julho do mesmo ano inaugurou a “Dai Nippon Karatedō-kai” (nome posteriormente alterado para “Nippon Karatedō-kai”).

Após o falecimento de Kenwa Mabuni, muitos de seus discípulos se dispersaram. Ken’ei Mabuni, seu filho mais velho, conforme manda a tradição assumiu a liderança do estilo.

Seu segundo filho, Kenzō Mabuni reabriu o Dōjō que ostentava o nome da organização de seu pai: a Nippon Karatedō-kai, localizado na casa da família em Ōsaka.

Todavia, outros mestres foram ensinados diretamente por Kenwa Mabuni e seguiram seu caminho próprio: Ryūshō Sakagami, Kōsei Kuniba, Manzō Iwata, Tani Chōjirō, Masami Watanabe e Ryūsei Tomoyori.

Seus discípulos diretos também preservaram seus ensinamentos transmitindo-os para: Teruo Hayashi, Shōgō Kuniba, Chuzo Kotaka, Tanka Toji, Fumio Demura, Shigeru Kimura, Shiraishi Tsunetaka, Yoshiaki Tsujikawa, Kazuo Kokubo, Ken Sakio, Jun-Ichi Inoue, Toshiyuki Imanishi, Yoshijaru Yoshida e Tōkyō Hisatomi, Yoshimi Inoue, entre outros.

A sede central da Nippon Karatedō-kai ficava no distrito de Kansai, em Ōsaka. Porém, devido aos esforços de Manzō Iwata (1924-1993), foi estabelecida uma filial no leste, em sua própria casa, localizada no distrito de Kantō, em Tōkyō.

Em Novembro de 1960, a matriz de Kansai foi restabelecida por Ken’ei Mabuni. Enquanto Manzō Iwata foi nomeado Presidente da filial de Kantō.

Em 1964, na ocasião do 13º aniversário de morte de Kenwa Mabuni as instituições de Kansai e Kantō realizam o “Campeonato Japonês de Karatedō Shitōryū”.

No mesmo ano, a “Zen Nippon Karatedō Renmei” (Federação Japonesa de Karatedō) foi inaugurada, com a participação do Shitōryū. Foi então criada a “Zen Nippon Karatedō Renmei Shitōkai”, tendo como Presidente Eiichi Tanaka e como Vice-Presidentes Ken’ei Mabuni e Manzō Iwata.

Em 1973, as filiais da Nippon Karatedō-kai foram unificadas, passando a chamar-se Nippon Karatedō Shitōkai. Com a unificação, esta organização iniciou sua divulgação internacional, mestres foram enviados à Ásia, América Latina, Estados Unidos, Cuba, México e Europa.

Em 1º de Fevereiro de 1980, morre Eiichi Tanaka e Ken’ei Mabuni passa a ser o Presidente honorário da “Zen Nippon Karatedō Renmei Shitōkai”. Manzō Iwata permanece como Vice-Presidente ao lado de Teishin Tsujikawa.

Representantes oficiais dos diferentes países reuniram-se na cidade do México, em Novembro de 1990, para discutir o desenvolvimento do Karatedō no mundo e a criação de uma Federação Mundial de Karatedō Shitōryū. A mesma pauta voltou a ser discutida durante o primeiro Pan American Japan Karatedō Shitōkai Championship.

Finalmente, em 19 de Março de 1993, com o surgimento de vários grupos de Shitōryū por todo o mundo, durante o congresso de Ōsaka foi criada em Tōkyō a Sekai Shitōryū Karatedō Renmei (WSKF - World Shitōryū Karatedō Federation), com Manzō Iwata como Presidente.

Oficialmente, o First Shitōryū Karatedō World Championship (Primeiro Campeonato Mundial de Karatedō Shitōryū) foi realizado no Budōkan em Tōkyō, no mesmo ano, juntamente com a continuação do congresso de Ōsaka, evento que contou com a participação de 28 países.

Em Agosto de 1996, foi realizado o Segundo Campeonato Mundial de Karatedō Shitōryū, no México, no ginásio de Educação Física da Universidade de Puebla.

Em 12 de Abril de 1997, foi concluído o Shitōryū Honbu Dōjō, Prefeitura de Saitama, cidade de Asaka.

Em Agosto de 2000, ocorreu o 3º campeonato Campeonato Mundial de Karatedō Shitōryū, no Japão.

Em Agosto de 2003, aconteceu o 4º campeonato Campeonato Mundial de Karatedō Shitōryū, em Moscou, na Rússia.

Em Setembro de 2006, ocorreu o 5º campeonato Campeonato Mundial de Karatedō Shitōryū, em Tōkyō, Japão.

Em Agosto de 2009, aconteceu o 6º campeonato Campeonato Mundial de Karatedō Shitōryū, em Běijīng, na China.

Em Setembro de 2013, ocorreu o 7º campeonato Campeonato Mundial de Karatedō Shitōryū, em Tōkyō, Japão.

Em Outubro de 2016, ocorreu o 8º campeonato Campeonato Mundial de Karatedō Shitōryū, em Monterrey, México.

Em Março de 2019, ocorreu o 9º campeonato Campeonato Mundial de Karatedō Shitōryū, em Tōkyō, Japão.

Hoje, a quantidade de praticantes e localidades onde o estilo está presente é algo inacreditável, imensurável, e tudo isso começou devido os valiosos esforços de Kenwa Mabuni. Seu estilo, o Shitōryū é uma arte que representa a longa história de tradição do Karatedō de Okinawa.

Embora tenham surgido algumas ramificações do Shitōryū após a morte de Kenwa Mabuni, o estilo permanece único e faz parte dos anais da história das artes marciais reconhecidas e desenvolvidas no Japão.

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Referências:

WSKF. History. World Shitoryu Karatedo Federation. Disponível em: http://www.karatedo.co.jp/shitokai. Acesso em: 15 de outubro de 2022.

Os Kata

Ao longo da história relativamente curta do Karatedō no ocidente, um dos aspectos mais debatidos tem sido o treinamento dos Kata. Muitos praticantes têm expressado opiniões diferentes sobre coisas tais como se praticar os Kata são de fato uma maneira efetiva de aprender um método de defesa pessoal, qual o papel que a prática do Kata tem em nosso treinamento, qual o número de Kata que se deveria “saber” e, inclusive, se a prática do Kata é, de fato, necessária.

“Muitas são as definições que se fazem a respeito do Kata. Comumente é definido como uma seqüência de movimentos de ataque e defesa onde se enfrenta adversários imaginários a partir de uma seqüência predefinida. Trata-se de uma prática individual cujos resultados se refletem no desenvolvimento de muitas qualidades essenciais no Karatedō, como: força, Kime, ritmo, equilíbrio, coordenação entre as técnicas de defesa e ataque, concentração, respiração coordenada com os movimentos, etc.” (ARAKAKI, Hélio) 
“O Kata é um método através do qual as técnicas de defesa pessoal são transmitidos de geração em geração. Cada Kata representa uma miríade de cenários possíveis de defesa pessoal - enganando-se, pois aqueles que separam as técnicas de Kata no Bunkai (entender as partes [do Kata]) das técnicas de defesa pessoal como se fosse algo de diferente - porém é mais do que uma simples combinação de técnicas. Assim, cada Kata é uma tradição única com princípios, estratégias e aplicações distintas. As aplicações das formas são concebidas para o uso em situações de defesa pessoal de vida ou morte e assim podem ser usadas para controlar, machucar, mutilar ou mesmo matar alguém se necessário” (MAGALHÃES, Mário). 
“Executar um Kata desenvolve igualmente a coordenação, utiliza esforço de torção e promove a rotação do quadril. (...) Através da regulação da respiração e sincronizando-a com a expansão e contração da atividade muscular vamos promover a oxigenação do sangue (...). Quando se executa um Kata corretamente cada um deve promover a sua energia corporal e não se cansar excessivamente. Quando em posturas baixas, as costas devem estar direitas, os ombros baixos, queixo para fora, pélvis puxada para cima, os pés firmemente implantados e o corpo flexível (...). Em resumo, a prática regular dos Kata vai desenvolver um corpo saudável, reflexos rápidos e uma técnica eficiente, ajudando a preparar uma resposta mais efetiva para situações potencialmente perigosas” (MAGALHÃES, Mário). 
“Um Kata precisa ser trabalhado, surgindo para nós como uma pedra bruta que precisa ser limada. Isto quer pela prática da forma (execução do Kata), ou pelo entendimento de suas partes (Bunkai)... e sua aplicação prática (Ōyō)” (MAGALHÃES, Mário). 
“Atualmente é fácil ver o quanto a prática do Kata é banalizada, não havendo nem a emoção nem a seriedade necessária para a sua prática, acabando-se por cair numa análise superficial em vez de profunda e completa” (MAGALHÃES, Mário). 
“A propósito dos Kata é necessário treinar repetindo-os mais vezes possíveis. Porém, é absolutamente essencial conhecer o significado e a aplicação de cada técnica. É necessário saber que existem numerosos ensinamentos teóricos complementares aos Kata para as técnicas de ataque, de defesa, de desprendimento e de agarre” (ITOSU, Ankō). 
“(...) Ouvi a definição de que se trata de um diálogo com os Mestres.” (ARAKAKI, Hélio) 
“(...) A prática do Kata nos habilita a compreender o significado mais profundo do Karatedō, uma vez que o Kata é um legado, uma criação de muitos mestres que os desenvolveram a partir de muita dedicação, estudos e visões próprias.” (ARAKAKI, Hélio) 
“Inegavelmente os Kata fazem parte da vida de todos praticantes de Artes Marciais. Eles são os ensinamentos ainda vivos de mestres antigos e, portanto, um legado para as gerações contemporânea e futura” (GOULART, Joséverson). 
“Contudo, devemos ser capazes de entender o contexto em que os Kata estiveram - e estão - inseridos a fim de que possamos entender as suas razões para ainda existirem” (GOULART, Joséverson). 
“São os Kata que ensinam as técnicas de uma determinada escola ou estilo. São o ensinamento das técnicas transmitidas de geração em geração e que mantém as características de terminado estilo, diferenciando os sistemas uns dos outros” (GOULART, Joséverson). 
“Estes Kata são tão válidos hoje como eram a centenas de anos atrás e desenvolvem as aptidões marciais dos seus praticantes” (GOULART, Joséverson). 
“Há, portanto, de praticá-los até que os movimentos tornem-se instintivos, pois esta é a natureza da "técnica"” (GOULART, Joséverson). 

Osu!
Denis Andretta

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Referências:

ARAKAKI, Hélio. A respeito dos Kata. Disponível em: <http://www.muryokan.com.br>. Acesso em: 22 de Fevereiro de 2008.

GOULART, Joséverson. Os Kata. Disponível em: <http://groups.msn.com/ShinseiKaiShito-RyuKarate-Do/>. Acesso em: 22 de Fevereiro de 2008.

MABUNI, Kenwa. Significado de kata. Disponível em: <http://www.shitoryu.com.mx/temas/tema.asp?ID_TEM=2>. Acesso em: Setembro de 2006.

MAGALHÃES, Mário. Kata – Conceitos e pensamentos. Disponível em: <http://www.cao.pt>. Acesso em: 15 de Outubro de 2005.

MURAYAMA, Shito-kai. La importância de la kata. Disponível em: <http://www.shitokaimurayama.com/arti.htm>. Acesso em: Setembro de 2006.

Apresentação: "O mínimo que você precisa saber sobre Karate... para não ser feito de idiota"

A palavra “Idiota” vem do grego IDOS, que significava “pessoal” ou “privado”, IDIOTES eram as [...] “pessoas privadas”. Com o passar do tempo, esse termo começou a ser usada para identificar pessoas comuns, e logo depois pessoas ignorantes [...].*
Assim, "O mínimo que você precisa saber sobre Karate... para não ser feito de idiota" tem o sentido de evitar conceitos "pessoais" ou "privados" sobre a arte do Karatedō... enfim, tem o sentido de evitar o "senso comum" e a propagação de ideias, conceitos e "estórias" sem fundamentos.

Apesar do nome "forte"... o tópico "O mínimo que você precisa saber sobre Karate... para não ser feito de idiota" não tem a intenção de ofender ninguém. Nosso objetivo é tratar da história do Karate de forma menos fantasiosa, desfazer mitos e trazer a tona "fatos" que possam elucidar de forma coerente e clara o por que da necessidade da construção de uma história fictícia para o "caminho das mãos vazias", quando de sua difusão no território japonês.

Começaremos utilizando para este fim o excelente trabalho de pesquisa realizado por Filip Swennen, e orientado pelo Dr. Michael Schiltz, quando da sua obtenção de "Licenciatura em Japanologia", na Universidade Católica de Leuven, sob o título: The creation of the myth of 'Traditional Japanese' Karate under the pressure of prewar nationalism ("A criação do mito do 'Karate Tradicional' japonês sob a pressão do nacionalismo pré-guerra").

O autor.

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Referências: